Peça
de Arquitetura- Resgatar São João
Dia 24 de Junho é festejado pela Maçonaria como um dia muito especial, no
qual se rende homenagem a São João Batista.
Muitos
embora o inicio
de cada sessão seja consagrado em Homenagem a São João, nosso padroeiro, a
maioria dos estudiosos da Maçonaria ainda tem dúvidas sobre a verdadeira
identidade do ser que protege a Instituição durante os trabalhos de cada
sessão.
Inúmeras
peças de arquitetura já
foram escritas sobre a matéria, apontando alguns a existência de vários santos,
até mesmo atingir o cabalístico número 33, de tanto significado para a Ordem.
Nada obstante , a dúvida maior persistente entre São
João Batista e o Evangelista.
Na
realidade, os dois merecem o mais profundo respeito e admiração da Maçonaria, pelo que
representaram na atual fase evolutiva, estando ambos ligados à manifestação do
Cristo.
A língua
alemã, talvez mais do que qualquer outra, rende a sua homenagem à palavra João
– Johann, ligando o IOD com Ana, significando a
eterna ligação
do princípio fecundador ( IOD ) com Ana, a Senhora
Mãe do Cosmos.
Isto posto,
fica mais fácil entender o profundo significado oculto do nome de São João, mas
cabe-nos fazer referência à sua ligação com a Maçonaria, lembrando que o IOD está presente
no Templo, localizado no triângulo equilátero, acima do
Venerável Mestre. E Ana nada mais é do que o próprio Templo, simbolicamente o
útero onde a luz deverá fecundar a matéria.
Assim é que
a data de 24 de junho, deve ser resgatada pela
Maçonaria urgentemente, porque nós maçons precisamos festejar São João, mas com
o conhecimento de causa. Não apenas sem entender, mas participar ativamente
desses trabalhos, de modo que cada um possa identificar o seu São João
interior.
Muito se
fala em Maçonaria nas transformações, porque deve passar todo aquele que , por força de seus próprios méritos, atinge um certo
patamar no caminho que leva às Graduações Superiores.
É correto
pensar que esse caminho é tanto mais difícil e espinhoso quanto mais o candidato
avança na missão que lhe foi confiada, pois isso é uma condição primeira de
todo o processo.
Muito
embora a Maçonaria de a cada um apenas algumas gotas
homeopáticas de cada vez - o processo é isento, gradual, penoso, muitas vezes,
torna-se necessário reconhecer que ele é absolutamente real, concreto e seguro.
Ainda assim, no entanto, convém relembrar que
nenhuma conquista é efetivada contra a vontade íntima do estudante, o que
equivale a dizer que qualquer um queira realmente progredir precisa querer
mesmo, ou seja, aprender a alquimia da transmutação do desejo puro e simples em
uma vontade férrea e determinada.
Transmutar
o desejo em vontade, verdadeiramente, significa dar um salto de qualidade,
tirando o neófito das limitações da consciência apenas física e elevando-o ao
Plano Superior onde a substância mais sutil da
realidade divina reside. Torna-se indispensável entender, naturalmente que o
fato de a manifestação atingir o plano físico de forma mais palpável, para o
grosso da humanidade, ainda nos dias presentes, na realidade esse chegar ao
plano físico ou visível é consequência de um processo
que inicia desde o mental, emocional etc...
Apesar das
limitações impostas pelo atual nível evolutivo da maioria de nossos
irmãos profanos, cabe destacar que não é o nível desejado e recomendado para os
irmãos da Ordem, cuja a conquista de ingresso nos nossos Augustos Mistérios
está a exigir profundos conhecimentos que lhes permitem acesso a planos bem
mais elevados.
Por força
das circunstâncias, a matéria deve ser remetida a uma reflexão sobre a
prioridade com que a análise
dos fatos conduz o estudante a ver e conduzir sua vida: será a vida profana a
determinar a conduta do maçom dentro da Maçonaria ou será a Maçonaria o farol
que irá iluminar sua conduta no mundo onde atua?
A teoria é
clara, absolutamente transparente, mas na prática a questão se apresenta bem
diversa, testando a cada momento nossa fé e convicções.
Uma das causas dessa aparente dúvida, que termina se
confundindo como uma espécie de contradição, é a
fantástica liberdade que é concedida aos seus membros, porquanto não há
religião, filosofia ou ordem iniciática que conceda
tanto livre arbítrio quanto a Maçonaria, o que aumenta geometricamente a responsabilidade daquele que se considera
verdadeiramente maçom.
Por esta
razão, todo aquele que é iniciado chega trazendo, uma enorme bagagem profana,
não raras vezes, verifica-se um inevitável choque, ao qual nem todos conseguem
vencer, batendo em retirada diante do silêncio da
Maçonaria.
Diz o sábio
provérbio esotérico
que quando o discípulo está pronto seu Mestre aparece. Não estaria aí também
uma grande contradição, pois se o discípulo está pronto por que razão
precisaria de Mestre?
Da mesma
forma, tal ensinamento pode ser transferido para a Maçonaria, verdadeira Mestra
de todo o maçom que está pronto para receber imenso cabedal de
conhecimentos ocultos, que se esconde de impetuosos e aventureiros em busca de
vantagens pessoais. Não deve haver isso na Maçonaria, não pode haver átomos
livres para fazer do desejo egoísta a sua bandeira de luta, sem que haja consequências imprevisíveis.
A Maçonaria
é a sede de
movimentação de forças cósmicas que estão muito além de nosso conhecimento e
controle e lamentável daquele que pensa usar a Maçonaria, porque será usado
por entidades cuja preocupação situa-se
acima dos planos considerados como bem ou mau, como são
entendidos usualmente.
Assim é que
mais cedo ou mais tarde, todos deverão receber a luz, mas fica a certeza de que
é condição básica busca-la com afinco, determinação e perseverança, o que
equivale a uma espécie de carta de intenção, gerando o despertar da atenção dos
Irmãos Maiores.
Não se pode
esquecer, é claro a presença constante dessas entidades durante os trabalhos
maçônicos, pois embora invisíveis aos olhos da matéria, comparecem às sessões,
delas participando ativamente em outros planos. Na realidade, são eles que
conduzem todas as atividades, sendo as nossas apenas manifestações físicas do
que acontece em outros planos.
O
verdadeiro segredo do Mestre Maçom é ter consciência da existência dessas
forças e saber contatá-las, de modo que possa canalizá-las em proveito de seus
Irmãos e da humanidade. O resto vem por acréscimo.
Bibliografia:
FAROL- Jornal maçônico de idéias.
Porto Alegre, 16 de Junho de 2011.
Ir. . Arioly Silveira M .
. M . .